segunda-feira, 11 de outubro de 2010

There's no change




And then everything is over. Again. It's like see the same movie many times in different places, with different people, in different times. It's your life going thru circles. Infinite circles.



Por muito tempo pensei que um dia minha vida passaria por uma mudança brusca, como se eu dormisse na minha casa e acordasse em Paris ( rs). Sempre esperei o dia em que isso aconteceria. Talvez fosse o dia em que eu visse meu nome entre os aprovados do vestibular; talvez o dia em que eu acordasse ao lado do amor da minha vida pela primeira vez; talvez quando visse o rostinho de um filho pela primeira vez. Talvez o dia da minha primeira vez, do primeiro beijo, do primeiro namorado. O primeiro dia de cursinho, primeiro dia de faculdade, primeiro dia de trabalho. Os primeiros foram acontecendo e , a cada dia, a sensação de frustração aumentando: a mudança não chegava.


Então eu a programava para o próximo dia 1º, próxima segunda-feira, próximo amanhã. Todos eles chegaram, menos a que eu buscava. Entretanto, o pior não é a frustração de esperar algo nunca vindo, mas de repetir os erros, as expectativas, sabendo o resultado. Afinal, o tio Einstein ja disse :


"Insanidade define-se como repetir a mesma coisa dia após dia e esperar resultados diferentes. " ( algo assim ).


Nem eu mesma mudei. Já cheguei a pensar que era outra, que havia corrigido tantas atitudes, tantas bobeiras, mas não- e, às vezes, acho que isso nem acontecerá. Talvez eu seja, ainda que inconscientemente e de forma bem disfarçada, sempre aquela menina bobinha à espera do cavalo branco montado pelo príncipe. Tão ridículo, não ? O príncipe que não pensa em sexo o tempo todo, mas que te deixe com vontade; que não queira secar com os olhos os peitos de outra, ainda que a olhe, porque sabe o quanto isso é tosco, aquele gracinha, sensível sem perder a masculinidade; firme, mas flexível; quase uma mulher com algo a mais entre as pernas. É, é ridículo. Tantas foram as expectativas , tantas as decepções. Talvez não por não ter encontrado alguém assim, mas alguéns que adoravam afirmar serem assim, ainda que nunca quiseram ser.


Vi , então, que minhas expectativas sem fundamentos eram muito pesadas para serem projetadas ; ninguém é obrigado a atingir uma projeção alheia. Muito mais leve é carregar apenas a responsabilidade pela própria personalidade e, então, ser querido assim, por ser assim. É como namorar um fumante esperando sempre que ele pare de fumar. Beira o absurdo, mas a gente não percebe.


Talvez essa percepção seja um prenúncio de mudança,mas gradativa. Ninguém ganha na loteria espiritual, moral , intelectual ou na do engrandecimento.Você aposta muito, gasta todo o seu salário, mas não é sorteado.. nem nunca será. O ricos fazem poupança ou investem. Poupam conselhos, conhecimento, motivos de maus resultados, determinação e investem na vida, diariamente. São transações de alto risco; pode-se ganhar muito, mas também perder . Então ,surge a maturidade como grande administradora da casa. A mãezona que te ensina a aceitar, a dizer não, a apostar nas épocas propícias. Ensina também que, por pior que seja o investimento, dificilmente será inútil.


Ensinou-me a talvez agradecer por minhas expectativas não terem sido atingidas, afinal, aprendi muito mais; principalmente a tentar entender as diferenças, aceitá-las e evoluir meu pensamento.Ensinou-me ainda que , de fato, não há mudança, brusca ou gradativa; há aperfeiçoamento.Que nem eu mesma atinjo as expectativas projetadas sobre outros.




Então, vi que a vida não muda, não acaba, não começa. Apenas continua sob outras perspectivas.

quarta-feira, 30 de junho de 2010

Passando

Há alguns anos li uma história cujo fundo de sabedoria me marcou pra sempre.

Um rei pediu a alguém para escrever uma mensagem para ser colocada dentro de um anel que o ajudasse em algum momento difícil da sua vida, que seria lida apenas naquele momento. Colocada a mensagem, o rei passou a usar o anel. Um dia, perdeu-se em uma floresta e por 'n' motivos e perigos, leu a mensagem : isso também vai passar. Passado o perigo, ele ficou feliz com a mensagem , além da vida estar intacta e deu uma festa. O alguém que escreveu a mensagem, então, falou ao rei que ela não era para ser lembrada apenas nos momentos tristes, de perigo, mas nos felizes também.O rei não gostou muito do comentário, e não se importou muito, o que permitiu uma falta de vigilância do reino enquanto a festa acontecia, ou seja, o reino foi invadido.

Enfim, uma história meio bobinha, mas que vem à minha mente todos os dias, em qualquer momento. Tudo passa, tudo acaba, tudo começa, recomeça. Às vezes o que passou deixa alívio; às vezes deixa raiva, mágoa; às vezes deixa tristeza; às vezes deixa aquela sensação de dever cumprido; às vezes aquela sensação de inutilidade, de impotência; às vezes, a de arrependimento; finalmente, há aquelas que deixam saudades.
Saudades de um uma década boba, de atitudes imaturas, de falta de juízo. Saudades da época de ignorância, de antigas visões sobre o mundo, sobre os outros, sobre si. Dos momentos de amor, dos antigos amigos, dos antigos professores, das festinhas de aniversário.
Há saudades que doem muito. Não porque passou o tempo, mas porque perdeu-se do tempo.
A sensação de ser empregada da própria empresa.
Não que qualquer momento seja ruim, há aquelas coisas que só são aprendidas a base de castigos e berros - tipo deixar toalha molhada em cima da cama. Entretanto, nesses momentos chatinhos, a ideia do isso também vai passar é muito confortante e, quem sabe, calmante.
Talvez não seja o tempo que passe, mas nós que passamos por ele e ainda ganhamos um presentinho - tipo aquelas camisetas vendidas na praia " estive em tal lugar e lembrei de vc' - as lembranças. Nem sempre boas, nem sempre benéficas.

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Era uma vez alguém em qualquer lugar. Este alguém vivia intensamente seus minutos, seus momentos. Fazia e acontecia, não levava desaforo para casa. Não tinha medo de expor suas ideias, medo de desagradar, medo de ser alguém mais do que ser qualquer um .Gostava de observar como os outros agiam, como levavam a própria vida e aconselhava-os, mesmo que os conselhos fossem rejeitados.
Também sempre foi o sucesso e equilíbrio em pessoa. Dosava suas emoções, não as misturava com sua vida profissional. Seguia seus objetivos, afastava de si os negativistas piedosos. Decisão o caracterizava bem; analisava prós e contras e então decidia-se. Portava sempre boas respostas a perguntas incovenientes e complexas.
Era uma vez qualquer um em algum lugar. Esse era seu oposto. Era a própria indecisão, a timidez, o medo de gerar conflitos. Preferia guardar suas opiniões, afinal, para que mostrá-las àqueles que nunca mudariam as suas ou estariam dispostos a ouvi-las ? Preferia estar nos bastidores, ajudar na construção do espetáculo , mas nem sempre ser parte dele. Preferia imaginar o mundo que o alguém vivia.
Mas algo unia-os: a vontade de mudar o mundo. Sonhavam muito em ajudar as pessoas a achar seu caminho, a serem mais felizes, a consertarem seus erros. Assumiam os problemas alheios como se fossem seus próprios problemas. Tinham boas intenções.
No entanto, um dia perceberam que muito disso resultava inútil. Que muitos não querem ser ajudados. Não querem ouvir o que outros têm a dizer. Não darão o braço a torcer, não mudarão de opinião. Perceberam que talvez seriam acusados de invasão por isso. Sentiram o quanto é triste assistir a tantos sofrimentos que nada poderiam amenizar.
Então notaram quanto tempo foi investido nos outros . Durante quanto tempo sofreram com os outros e esqueceram dos próprios problemas, quantas vezes se colocaram em último lugar e quantas vezes isso não ajudou nada, nem ninguém.
Souberam , assim, que muitas vezes era estúpidos e julgavam-se inteligentes. Decidiram esquecer suas diferenças e tentarem uma harmonia, tendo em vista um grande objetivo existente em comum.

Desde então tento mantê-los unidos e em paz, aqui, dentro de mim.

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Carpe diem

Vejo por ai tanta gente dizendo que é necessário, muito mesmo, que se aproveite a vida. Pessoal faz tatuagens, escreve em 'nicks', em frases soltas seja qual for o lugar onde elas serão visíveis. Eu mesma repeti várias vezes isso para os outros, para mim: preciso aproveitar minha vida.

Isso parece bem legal, motivante. O problema é tudo isso ser apenas frase feita e bonitinha, é chique escrever em latim. Sempre [ ou quase sempre] vamos querer viver em um tempo que não existe e isso não é aproveitar a vida, é postergar. Arrependimentos, ansiedade por algum evento futuro, saudades, mágoas. Tudo isso ocupa grande parte de um dia, que já é , de certa forma, curto. Quem vive o 'agora', de fato? Quem ?

Quem esquece a entrevista de emprego mais importante de todas que será semana que vem ? " Não vou me preocupar, é só na outra semana! Vou aproveitar hj. "
Quem esquece a briga horrível que teve com o melhor amigo ontem ? " Ah, que isso, foi ontem, ontem já passou, eu vivo hoje. "
Quem deixa pra lá os momentos inesquecíveis com o amor da sua vida , vividos há 2 meses? " 2 meses? Isso faz tanto tempo ! Hoje é outra vida ! "
Quem apaga da mente uma ação que magoou alguém muito importante há três dias ? " Nossa, mas já fazem três dias, vou aproveitar o hoje, isso já passou!"

Quem ?

Se a gente parasse de falar tanto, talvez faríamos coisas tão melhores, tantas coisas mais. Se não fosse tão bonito falar 'Aproveite seu dia como se fosse o último.' , " A vida é muito curta para ser desperdiçada " , talvez fosse mais fácil enxergar o quanto isso é importante.
Nossa vida anda tão recheada de clichês que eles perderam o efeito. Os livros de auto-ajuda não ajudam mais [ exceto seus autores, como dizem ] , e a cada dia lançam um novo falando exatamente o mesmo.

As músicas, as grandes letras, de tão clichês, são decoradas, mas não se pensa mais a respeito. A melodia toca mais do que elas, na verdade; quantas vezes pessoas falam ' nossa, que música linda! " sendo ela em um idioma não compreendido.

Isso é aproveitar a vida? É se acabar numa festa , aproveitar cada segundo com o amor, cada segundo de uma viagem, mas ligar o 'foda-se' para todos os outros dias do ano? A vida anda feita de algumas horas da semana, e o restante preenchido com a sobrevivência.

Quando adolescentes, queremos a juventude, independência. Quando jovens, queremos o próprio sustento, as festas e viagens que estão por vir, e, em certa fase, a formação da família. Quando adultos, lamentamos a perda da juventude, e isso faz com que se viva anos no passado. Quando a velhice chega, lamenta-se a perda da juventude, da infância, os primeiros momentos de cada coisa importante já tomada pela rotina.

É como se uma vida de uns 80 anos significasse apenas 20, 25 , e todo o restante não servisse para mais nada. Nós nos matamos todos os dias com isso. O hoje, enquanto é proclamado como o mais importante, é o único não-vivido e único em que se pode viver.

Na bíblia fala-se que a letra mata, mas o espírito vivifica. Cazuza disse que o tempo não para. Eu digo que somos idiotas copiadoras, máquinas de xerox mesmo. É mais fácil pegar um pensamento pronto e adotar, do que refletir realmente sobre ele e ver a importância, a genialidade de umas palavrinhas unidas com gramática. É mais fácil gritar por ai " EU APROVEITO A MINHA VIDA" do que viver um pouco de cada vez.

É mais fácil chamar o presente do que enxergar que só ele existe. É mais fácil falar do que fazer.


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Mais um pouquinho de Cazuza: trechos de ' O Tempo Não Pára'

Disparo contra o sol
Sou forte, sou por acaso
Minha metralhadora cheia de mágoas
Eu sou um cara
Cansado de correr
Na direção contrária
Sem pódio de chegada ou beijo de namorada
Eu sou mais um cara
(..)

Eu vejo o futuro repetir o passado
Eu vejo um museu de grandes novidades
O tempo não pára
Não pára, não, não pára

Eu não tenho data pra comemorar
Às vezes os meus dias são de par em par
Procurando uma agulha num palheiro

Nas noites de frio é melhor nem nascer
Nas de calor, se escolhe: é matar ou morrer
E assim nos tornamos brasileiros
Te chamam de ladrão, de bicha, maconheiro
Transformam o país inteiro num puteiro
Pois assim se ganha mais dinheiro

A tua piscina tá cheia de ratos
Tuas idéias não correspondem aos fatos
O tempo não pára

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

1 minuto

Por onde quer que eu vá, vou te levar pra sempre.
A culpa não foi sua.
Os caminhos não são tão simples, mas eu vou seguir...
Viajo em pensamento, numa estrada de ilusões
que eu procuro dentro do meu coração.

Toda vez que fecho os olhos é pra te encontrar.
A distância entre nós não pode separar
o que eu sinto por você, não vai passar.
1 minuto é muito pouco pra poder falar.
A distância entre nós não pode separar.
E no final... Eu sei que vai voltar!



Por onde quer que eu vá, vou te levar pra sempre.
A vida continua (a vida continua)
Os caminhos não são tão simples, temos que seguir...
Viajo em pensamentos, numa estrada de ilusões
que eu procuro dentro (procuro dentro)... Do meu coração.

Toda vez que fecho os olhos é pra te encontrar.
A distância entre nós não pode separar
O que eu sinto por você, não vai passar.

Eu sei não vai passar...

1 minuto é muito pouco pra poder falar.
A distância entre nós não pode separar.
E no final... Eu sei...

Que no meu coração.

Aonde quer que eu vá.

Sempre levarei

O Teu sorriso em meu olhar!(Em meu olhar !)

Toda vez que fecho os olhos é pra te encontrar.
A distância entre nós não pode separar
O que eu sinto por você, não vai passar.
1 minuto é muito pouco pra poder falar.
A distância entre nós não pode separar.
E no final...

Eu sei que vai voltar. Ohh ohh... Eu sei que vai voltar!