quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Nosso analgésico


Todo mundo, acredito eu, já teve momentos de erros bobos cometidos, ainda que alguém tivesse aconselhado a não cometê-los . É uma mania inútil de acreditar em nosso 'achômetro' e desprezar as experiências alheias. Quantas vezes , antes de sair, as mães alertam: "leva blusa de frio !" , " fecha a janela", " não anda descalço, não bebe nada gelado ". Ficamos irritados com tantos cuidados e, às vezes, por pirraça, fazemos exatamente o oposto. Quanta bobagem. No dia seguinte a garganta dói, os sintomas de resfriado aparecem, e quem sabe, um dia de cama com o modo 'fotossíntese' ligado forçadamente.É isso aí, quem mandou não dar importância a algo importante.

De igual maneira agimos no dia-dia com as pessoas que gostamos.Sempre nos dizem : cuidado com suas atitudes, pense antes de falar, de agirde forma impulsiva. E quem ouve ? Então erramos, magoamos os outros, nos machucamos. Achamos que , ok, erramos, mas depois pedimos desculpas e estará tudo bem. Acontece que nem sempre as coisas caminham assim. Um pedido de desculpas nem sempre remedia totalmente um erro, geralmente ameniza. Digamos que.. tira a febre, mas não garante que a dor de cabeça também passe.

Embora não pareça, desculpas consolam a gente, não a pessoa afetada em questão. E não, nem sempre está tudo bem depois de um 'ah, me desculpa ! ' . Dependendo do que se disse, do que foi feito, talvez nunca saia da memória do outro. Então , nesse caso o melhor é prevenir mesmo, e não apelar para "benegripes" da vida; evitar não só tomar gelado, mas também esfriar nossa relação com quem gostamos por magoá-los com deslizes que poderiam- e deveriam- ser evitados.

A dor é um sinal que o corpo envia para nos falar que algo não anda bem, que é preciso mudança de postura, de modo de vida. Ela ensina, te impulsiona a agir de uma forma melhor-para você e para os demais. Mas não é necessário que os outros sejam as cobaias destinadas aos testes de nossas infinitas formas de pedir desculpas.

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